Não indicado para homens.

domingo, 3 de julho de 2011

Dois intelectuais apaixonados

Conversas de dois intelectuais apaixonados são gostosas de ver e ouvir, eles são românticos e evitam os chavões, o toque é diferente, é tudo tão bonito, parece até um filme do Almodóvar.
-Quando escuto a Gal, com toda a sua sensualidade genial, lembro de você e imagino-me em um poema de Vinicius, te vendo passar ao longe em um belo vestido simples branco. Sabe, você é como Clarisse que ilumina minha vida com pequenas palavras.- Ele dizia e passava a mão sobre os olhos e sobre a boca da jovem com faces vermelhas por culpa dos elogios, mas que fingia um certo ar de sonho no que ele falava.
Eles se beijavam depois de longos momentos se olhando, se analisando. Na cabeça dela passava se aquele homem era ciumento, se já havia lido Agnes Heller e qual era o prato preferido dele, se era bom de cama e se sabia dançar tango. Na cabeça dele tocava uma certa música e ele começava a se encher daqueles olhos todos, mas sorria.
E o sexo então, era perfeito, os beijos calmos que percorriam o pescoço, entre palavras bonitas declamadas, sonecas de mão dadas, era tudo muito românctico com direito a cigarro no final.
Até o final do relacionamento era bonito de ver, eles haviam de justificar a decisão de se afastarem em filosófos antigos, na metafísica e na energia que não combinou, era tudo muito romântico e respeitável, sem burocrácias ou demagogias. Ainda sofriam ao som de algum bom samba antigo durante uma semana para que fosse uma paixão realmente bem vivida.
Era muito lindo sabe, ser intelectual.

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