Não indicado para homens.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Família...

Hoje quando cheguei, não tinha entendido direito, a Luisa abriu a porta daquele jeito irritadiço dela, eu já sabia mas não havia entendido.
Estava em choque, não entendia o que havia acontecido, todos com expressões cansadas e quando começaram a descrever a cena da qual por motivos muito intimos prefiro omitir, eu não sei direito, parece que tudo era uma história triste sobre um outro alguém, meu avô não .
E eu vi a família toda lá, cada um fazendo o que era necessário, as primas todas juntas de novo, se abraçando, se conçolando... Me arrependi na hora de não ter participado dessa luta junto, de ter me acorvadado e não ter vivido nada... Eu queria pois assim teria visto meu avô, teria participado mais de sua vida e teria uma memória mais presente dele.
Mas essa família, que família linda. Todos escandolosos, brigões, arrogantes de sua forma... Somos uma família enorme que sempre está junta de alguma forma, pode ter todas as suas brigas mas todos nós estivemos ali com nosso avô quando mais precizavamos... Nós estavamos todas juntas, a geração futura, a qual ele tanto investiu (várias e várias vezes que preciso comprar pão para nós, sorvete, que interrompeu seu trabalho para brincarmos em sua máquina). Estavamos lá para nos apoiar, para nos machucar um pouquinho, para nos abraçar e cada uma de seu jeito entender que foi melhor para ele, que o sofrimento acabou... O dele.
Eu percebi que perdi muito fugindo dessa realidade esse tempo todo, pois ver todo mundo ali juntos para suportamos a dor um dos outros e ajudar nossa outra grande guerreira, nossa mãe e avó, a batalhadora que sempre esteve de mãos dadas ao seu Angelin (Entre tapas e beijos, bem sérios).
Aquele casal que eu tanto me orgulhava, que guerrearam juntos até o último momento, até não se aguentar mais, até que nada mais pudesse ser feito... Quem me dera um dia achar alguém que eu ame tanto como Dona Neide e Seu Angelin, esse casal que eu tanto me orgulho. Esse casal que nunca morrerá.
Minha avó, quero muito estar ao lado dela pois sempre senti nela alguém que estava ao meu lado para as dificuldades, de seu jeito difícil mas maravilhoso.
No velório, muita gente, conheci primos de meus pais, irmãos de meus avós, conheci pessoas que nunca haviam visto, que estavam ao lado de minah avó, estavamos todos juntos porque todos amavam meu avô... Ele era alguém incomparável em tantos quesitos... E eu percebi isso tão tarde...
Queria ter percebido mais cedo e vivido mais com ele...
Angelin Giorgion, esse texto é uma pequena forma de mostrar o que eu sinto por você e por essa família tão unida da qual faremos parte apra sempre... Eu te amo vovô você será motivo de orgulho por muitas gerações!

Um comentário:

  1. Minha doce sobrinha número......ah....4....que linda expressão de afeto pelo seu avô, meu pai. De certa forma partilho contigo a tristeza de ter descoberto o Sr. Angelin tão tarde. Homem cheio de manias e defeitos, porém simples, honesto e digno. Me orgulho sempre de dizer que a integridade moral que carrego comigo devo a ele...eles, sim, meus pais. Diferente de você, nesses meus 41 anos vi coisas tristes, mas vi coisas felizes também. E graças a Deus eu pude estar perto dele, de alguma forma, nesses últimos meses de sua vida. Não tive uma participação muito significativa no processo de tratamento, porém, tentei, ao meu modo "cuidar" dele, com minhas piadas sem graça, que sempre o faziam rir. Mas também sinto, como você, que foi pouco. No entendo, espero em Deus poder um encontrá-lo novamente e poder dar-lhe o abraço apertado que nunca tive coragem de dar, e dizer ao seu ouvido: TE AMO PAI.
    Grande beijo.
    Sua tia....Leninha

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