Trecho do livro: "O Cortiço"

"Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor; música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo.


E aquela música de fogo doidejava no ar como um aroma quente de plantas brasileiras, em torno das quais se nutrem, girando, moscardos sensuais e besouros venenosos, freneticamente, bêbedos do delicioso perfume que os mata de volúpia.

E à viva crepitação da música baiana calaram-se as melancólicas toadas dos de além-mar. Assim à refulgente luz do trópicos amortece a fresca e doce claridade dos céus da Europa, como se o próprio sol americano, vermelho e esbraseado, viesse, na sua luxúria de sultão, beber a lágrima medrosa da decaída rainha dos mares velhos.

Jerônimo alheou-se de sua guitarra e ficou com as mãos esquecidas sobre as cordas, todo atento para aquela música estranha, que vinha dentro dele continuar uma revolução começada desde a primeira vez em que lhe bateu em cheio no rosto, como uma bofetada de desafio, a luz deste sol orgulhoso e selvagem, e lhe cantou no ouvido o estribilho da primeira cigarra, e lhe acidulou a garganta o suco da primeira fruta provada nestas terras de brasa, e lhe entonteceu a alma o aroma do primeiro bogari, e lhe transtornou o sangue o cheiro animal da primeira mulher, da primeira mestiça, que junto dele sacudiu as saias e os cabelos.

— Que tens tu, Jeromo?... perguntou-lhe a companheira, estranhando-o.

— Espera, respondeu ele, em voz baixa: deixa ouvir!"

Dança comigo?

Dança comigo?
Eu vou pra lá
E você vira pra cá voando
Agente se olha com um sorriso
E você me puxa devagar

Ai agente dança bem pertinho
se olhando
você me gira
e com angústia eu te procuro
E te acho de novo, do jeitinho que tava antes

Sempre fico te olhando, não querendo perder nada
E você fica me deixando tonta
Parece brincadeira viu.
Mas você continua lá, me levando pra onde for.

Vamos dançando
Nesse dois pra lá dois pra cá
Até a música acabar...
Quem sabe, um dia desses, rola uma outra dança?

Brincar de viver

Agente cresce e perde a graça a brincadeira.
E tudo tem de ser sério, pensado, intelectualizado, calculado, responsável, socialmente aceito e tudo mais... Se não agente vira louco.
Ei Chico... Vira louco comigo?
Ei Mari, esquece que agente já passou dos 8 e relaxa, é tudo gostoso!
Mamãe deixa?
Arranja um namorado! Estuda pro vestibular! Para de ser boba! Vai na academia! Monografia! Para de se apaixonar! Seja sério! Por que você sorri assim? Você é maluca? Você não percebe que está tudo na merda?
Iai... Eu brinco de viver

Maternidade

Tenho o mal da maternidade.
Gosto de cuidar, de amar, de olhar, de sentir, de descobrir.
Gosto das crianças mais atentadas e das mais quietas, de descobrir tudo o que tem naquela mente e que elas não escondem, não fingem ser outra coisa.. não tem outra coisa pra ser.
Tem vontades e desvontades.
Tenho o mal da maternidade e da infância.
Sou criança curiosa também, não quero esconder, não quero mentir. Só quero viver, olhar olhar e olhar.
A criança não é reprimida...
A criança é.
E a mãe tenta descobrir esse ser...

Vamos fingir que o fato de eu achar que sou "apenas comivel" nao afeta meu humor!
Pior que se achar feia e se achar desinteressante...

Introducao aos contos

Ola meus caros e caras leitores, quero iniciar um projeto.
O causo eh, muitas vezes nos encontramos em uma situacao que caberiam naqueles terror holiwodianos que passam na globo sabe... E eu adquiri uma mania, a de imaginar todo um enrredo de ficcao terroristica em cada uma dessas situacoes, isso se tornou frequente, e apesar de ser "literariamente" tosco me dou a liberdade de escrever algumas experiencias com meus enrredos... Porra, ninguem me dara notas aqui ne
De novo digo que meu teclado esta desconfigurado, por isso provavelmente os proximos textos serao desassentuados (eu nao faco a menor ideia de como se escreve isso).
beijos e aproveitem a brincadeira.

Izi

Eu acho que entendi...
Foram quinze dias, primeiro mentira, depois... Loucura, acho que foi isso. Para terminar bem perversao... Digamos que ja tive um mes mais confortante na minha vida. Esse mes ta foda de superar, porque do nada a crianca que gostava so de se apaixonar nao tem ninguem, ta sozinha. Nao eh nada serio, nao estou a seis meses sem encostar em um homem, inclusive todos foram bons e foi no momento certo, nao me arrependo... Mas to carente do sentimento de contemplacao (ja descrito, escrito e reescrito aqui por uns tres rapazes diferentes), do carinho, do ciumes, do se sentir gostando... Nao ta rolando nem paixao platonica, nada de nada pra me destrair.
Acho que eu de alguma forma cansei, e de alguma forma racionalizei minimamente o sentimento. Que puta bosta eu fiz. Ta que eu sofria mais, mas era taooo divertido.
Obrigado (?) aos tres babacas que me fizeram racionalizar

ps- meu teclado esta desconfigurado, eu sei acentuar palavras.